quinta-feira, 14 de abril de 2011

Oh ma mère...

' Minha mãe era uma pessoa silenciosa, capaz de dissimular-se entre os móveis, de perder-se no desenho do tapete, de não fazer o menor ruído, como se não existisse; contudo, na intimidade do quarto que dividíamos, ela se transformava. Começava a falar do passado ou a narrar suas histórias, e então o aposento se enchia de luz, desapareciam as paredes, dando lugar a incríveis paisagens, palácios abarrotados de objetos nunca vistos, países longínquos inventados por ela ou tirados da biblioteca do patrão.
Colocava a meus pés todos os tesouros do Oriente, a lua e mais ainda. Reduzia-me ao tamanho de uma formiga, para eu sentir o universo a partir da minha pequenez, punha-me asas para vê-lo a partir do firmamento, dava-me uma cauda de peixe para conhecer o fundo do mar."

In.: Eva Luna   - Isabel Allende

5 comentários:

  1. Poxa vida!
    Estava com saudades. Cheguei a pensar que tivesse abandonado o blog.

    Sempre que venho a teu blog, me arrepio com as frases/textos que você coloca, mas essa sem dúvidas, é uma das mais bonitas que já li.

    Não suma mais *--*

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  2. "...punha-me asas para vê-lo a partir do firmamento, dava-me uma cauda de peixe para conhecer o fundo do mar."
    :D

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  3. Que coisa mais lindaaaaaaaa Danny!

    Isabel Allende será o próximo livro a ser lido.

    Um beijo minha flor!

    - E vamos encher o mundo de linduras -

    Ebaaaaaaaaaa rs!!!

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  4. Quase como a descrição das mães clássicas do século XIX, que andavam como fantasmas pela casa e se desabavam com as filhas mulheres.

    O que era diferente com os filhos homens, que eram treinados para serem seres sem sentimentos.

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Cuidado leitor, ao voltar a página! Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico!