domingo, 29 de julho de 2012

Ah minha mãe, perdoe a cara amarrada, perdoe a falta de abraço.

 
O que fazer quando você não é aquele que parte, mas o que permanece?

Não canso de me perguntar isso... 2 anos, 8 meses e 4 dias é tempo suficiente para que a dor cesse? Bem, houve um tempo em que eu rezei a todos os deuses, de céu e mar, para que fosse, mas não é.

Ouço aquela tola canção, que entre suaves acordes diz que ‘a tua ausência me causou o caos’, e isso me faz sorrir. Faz sentir que alguém no mundo pode compreender o que me aconteceu sem você... Em vida você me desestruturava, me deixava em um eterno misto de amor&ódio, e agora, que já não pode mais me desequilibrar com sua presença, você me transformou em um caos, uma caricatura de mim mesma.
Sinto falta do que eu era antes de você partir. Sinto falta da minha fé inabalável, da minha esperança inquebrantável, do meu gosto refinado, do meu humor sadio, dos meus contos de fada, da minha vida menos amarga.

Eu só queria poder ligar para aquele número, o teu número de celular que nunca apaguei da minha agenda, e dizer como a tua ausência vem me destruindo dia após dia. Para os outros você é uma lembrança, um sopro de vida que passou, mas para mim é uma ferida aberta, que insiste em não cicatrizar.

Vem, quero tua dança, tua risada rouca, teu cheiro de cigarro e whisky em um fim de tarde qualquer. Quero teu ser vivo, em conjunto com o meu.

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